Águas alternativas

Sílvio Ribas

Mesmo ainda longe de se configurar como commodity, produto de cotação internacional, a água reciclada já é um bom negócio para a indústria, se considerar que os volumes comprados da rede pública são de uso múltiplos, desde o mais nobre consumo humano ao mais vulgar. Por outro lado, as preocupações com escassez e confiabilidade da água pressionam a demanda e levam ao surgimento de águas alternativas com sede de beber na mesma fonte do mercado mineral.

Muitos desses engarrafados foram forçados na Justiça a mudar o marketing. Primeiro foram as chamadas águas “mineralizadas”, com adição de sais. Depois foram as com sabor, que acabaram sendo classificadas como refrigerantes. E ainda estão tentando criar uma terceira categoria nesse grupo, as chamadas águas vitaminadas. Parte desse movimento também se explica como migração estratégica dentro do universo das bebidas com uma maior preocupação com os hábitos saudáveis.

Toda a atividade econômica depende de água, umas mais, outras menos, e o Brasil já aproveita desse diferencial global na agricultura, como maior produtor de alimentos, e na eletricidade, com metade da geração sendo hidráulica, conferindo uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta. “O Brasil comemora a riqueza do pré-sal sem se dar conta de que sua água pode ser ainda mais estratégica no futuro”, acrescenta Carlos Lancia, da Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (Abinam).

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