25 formas de matar um jornal, segundo Tessler

Resumo da palestra do jornalista e consultor Eduardo Tessler, diretor para o Brasil da Innovation Media Consulting Group, de Londres, durante o Congresso de Diários do Interior, em Brasília, 14 de maio de 2014.
1) Esquecer-se que o leitor é o verdadeiro dono do jornal. 2) Atrasar a edição para atualizar o jornal com a última notícia possível. 3) Não planejar bem as edições de fim de semana. Elas têm de ser especiais e inteligentes. 4) Não colocar os repórteres na rua. Fazer reportagem da redação, não! 5) Não interagir com os leitores. Ouça as sugestões de pauta do público. 6) Apostar tudo no novo projeto gráfico. 7) Contratar editores que não têm também uma visão gráfica da edição. 8) Pensar que fotógrafo e diagramador não fazem parte do processo. São jornalistas também! 9) Criar feudos on-line (o pessoal do on-line), dividindo a redação em duas equipes. 10) Achar que boato é notícia. Tem de comprovar, investigar. 11) Fazer uma redação low-cost e cobrar alto dessa equipe fraca. 12) Achar que planejar é fazer jornal atemporal, revista diária. Planejamento é para extrair o máximo do fato do dia. 13) Preferir destacar notícias commodities e opiniões em vez de análises. Coloque inteligência no conteúdo. 14) Desprezar novas formas de leitura, como grafismos e hipertextos. 15) Permitir reuniões longas e constantes. As reuniões precisam ser executivas, objetivas. 16) Não fazer jornalismo de problemas & soluções. 17) Esquecer que jornal morre por falta de publicidade e não de leitores. 18) Esquecer que, nos tempos conectados atuais, a notícia global pode ser local. O que interessa é saber o interesse de seu leitor. 19) Fazer promoção pela promoção. Anabolizantes são miragens. 20) Distribuir jornal grátis. Isso desvaloriza o jornal. Pessoas gostam de pagar por algo bom. 21) Esperar resultado igual fazendo sempre o mesmo, como diria Albert Einstein. 22) Pensar que bom jornalismo não é bom negócio. É, sim. 23) Não mudar quando a coisa vai bem. Esse é o melhor momento de mudar. 24) Pensar que pode fazer jornal sem jornalista. 25) Não entender que rotativa não é jornal. É outro negócio, que pode servir a terceiros e nem é o seu core business.

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