Mundo cão

Eliza Samudio, Isabella Nardoni e João Hélio. Vítimas reais de monstros reais. Os nomes das vítimas e dos seus assassinos entraram para o imaginário popular, freqüentam os pontos de ônibus, a mesa de jantar e o bate-papo na internet. A maioria pede Justiça, gente fica abalada com os fatos e ainda uns imbecis fazem piada com a tragédia humana made in Brazil. Em paralelo, os debates trazem a velha dúvida se a monstruosidade sempre existiu ou se só aparenta crescer por conta de uma maior exposição. Assim seria o caso de pais que engravidam em série suas filhas em prisão domiciliar? Bastou surgir homens deste tipo na Áustria para que outros tantos aparecerem aqui no nosso sertão. Os sádicos serial killers verde-amarelo, por sua vez, não devem nada aos mais cruéis personagens da literatura e da vida real. Na Antologia da Violência Brasileira, trazida cotidianamente aos nossos lares pela TV, ainda podemos lembrar desde antigos casos como o do bandido da Luz Vermelha, do Doca Street e do Chico Picadinho aos mais recentes de Daniela Perez, Eloá Cristina, Mércia Nakashima, Liana Friedenbach, Paula Oliveira, PC Farias (por que não?), Richthofen, Celso Daniel, Farah Jorge Farah, Maníaco do Parque, o sequestro do ônibus 174... Até quando? Onde a sociedade erra tanto? Ninguém consegue enxergar o Mal antes que ele vire um espetáculo de dor e indignação?

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