Trapalhadas em série

Sílvio Ribas O cancelamento das contas de poupança, que inflou os resultados de 2012, se soma a outras trapalhadas da gestão da Caixa Econômica Federal na última década. A quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, pivô da queda do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, em 2006, foi condenada pela Justiça e também derrubou o presidente da instituição à época, Jorge Mattoso.
O atual presidente, Jorge Hereda, assumiu o cargo em 2011 após a saída de Maria Fernanda Ramos Coelho. Ela deixou o posto após a revelação de fraudes bilionárias no Banco PanAmericano, do empresário e apresentador de tevê Silvio Santos, que levaram à venda do controle da instituição para o BTG Pactual. No fim de 2009, em meio aos desdobramentos da crise financeira global, a Caixa havia adquirido 49% do capital votante do PanAmericano e parte das ações preferenciais por R$ 739,2 milhões. Mais recentemente, o banco estatal foi protagonista de outro imbróglio de grande proporções políticas, desta vez envolvendo o Bolsa Família, principal programa social do governo. Em maio de 2013, um boato de encerramento dos benefícios, causado a partir da mudança do calendário de pagamentos, gerou tumultos em agências e postos de atendimento em várias partes do país, sobretudo no Nordeste. O episódio serviu de pano de fundo para uma batalha entre o Palácio do Planalto e a oposição, apontada inicialmente pelas autoridades como incitadora da confusão. A Caixa foi forçada a fazer um desmentido, após a presidente Dilma Rousseff ter classificado o ato de “criminoso” e “desumano”.

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