Números da saúde

A saúde é a preocupação número um dos brasileiros, concorrendo com a (in)segurança pública, que não deixa de estar relacionada ao bem-estar físico e mental. O grosso das queixas está concentrado na ausência ou má qualidade dos serviços estatais, que dependem, antes de tudo, de melhor gestão dos recursos disponíveis, que não são poucos. No caso da assistência médica, hospitalar e ambulatorial vinculada ao pagamento feito diretamente pelo usuário, os problemas se devem a questões regulatórias, sobretudo na fiscalização dos agentes privados. Trata-se de velho drama s
ocial brasileiro, semelhante ao de vários países de perfil semelhante, que só será resolvido com maior compromisso das autoridades e dos servidores com a defesa e a promoção do mais valioso bem das pessoas, para o pleno desfrute da vida. O avanço do envelhecimento da população e o seu crescente distúrbio alimentar tornam essa equação ainda mais desafiadora em termo de valores, tanto no sentido material quanto ético. Uma resposta quase espontânea da sociedade a essas tensões e que pode, de certa forma, conter boa parte do caos da insalubridade está na conscientização dos hábitos saudáveis. No futuro, talvez as estatísticas oficiais mostrem que ensinar o público a fazer a coisa certa pode ser a solução mais barata, sustentável e efetiva para evitar a disputa por leitos em UTIs e a morte por falta de pronto atendimento. Em um país marcado pelo comportamento desleixado de alguns profissionais do SUS, pela automedicação generalizada, pelo desperdício de remédios e de equipamentos, com má conservação, e pela desinformação das classes menos favorecidas, é muito bom perceber mudanças de mentalidade. As cifras seguidas para se viver melhor estão ganhando espaço na rotina de muita gente, como os tais três litros de água a serem ingeridos ao longo do dia, os 10 mil passos a serem dados do acordar ao adormecer, as refeições adequadas a cada três horas, as oito horas de sono em média, as cinco porções diárias de frutas, os sugeridos cinco minutos de meditação, uns 45 minutos de caminhada depois dos 40 anos de idade, a atividade física regular ao menos três vezes na semana, entre outras recomendações. São números da saúde que garantem resultados plausíveis e estão ao alcance de praticamente todos. Isso, claro, sem abrir mão do combate ao alcoolismo, ao tabagismo e aos excessos com sal, açúcar e álcool.
Fonte: Correio Braziliense do dia

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