Livros apaixonantes

É claro que tem livros que nos pega logo de início e, depois que acabamos de lê-los, sentimos marcados por suas páginas para sempre. Mas gostaria de exaltar o algo mais das antigas publicações, as das primeiras décadas do século passado e fim do século 19. Além dos textos elaboradíssimos, os volumes grandes e pequenos têm capas duras que mais parecem trabalho artesanal. São verdadeiras obras de arte. Os desenhos psicodélicos feitos, imagino eu, pelo movimento da tinta e da cola misturada na feitura do painel de papelão são merecedores de estudo, de exposição e de catálogo. Coloco aqui um exemplo, retirado do livro Estudos da Literatura Brazileira (com z mesmo), de José Veríssimo (1904). Antes de abrir o livro fico "viajando" nessas capas e contracapas. A lombada nunca dá pista do que tem dos lados. Assim, a paixão vai além do conteúdo e chega ao objeto-livro. Visto fora de seu contexto material, nos parece obra de um artista pós-moderno, webdesigner ou é uma imagem microscópia de um tecido humano.

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