Alceu.100

Por Sílvio Ribas O figurinista Alceu Penna nasceu há exatamente um século, em 10 de janeiro de 1915. Quarto dos 11 filhos de dona Mercedes e de seu Christiano, ele saiu cedo da pequena cidade natal, Curvelo (MG), rumo ao Rio de Janeiro, onde desenvolveu seu talento natural e se tornou famoso. Consagrou-se como referência do desenho brasileiro, destacou-se na moda e era admirado por Carmen Miranda, Millôr Fernandes e até Walt Disney. O mineiro foi um dos pioneiros das histórias em quadrinhos no país, adaptando clássicos da literatura para as páginas de jornais. De 1938 a 1964, assimou a coluna “As Garotas do Alceu”, publicada na revista O Cruzeiro. Esse trabalho fez a cabeça das jovens brasileiras, mostrando uma nova visão da feminilidade e das curvas da mulher. Como estilista, assinou figurinos de famosas montagens do Cassino da Urca, na capital fluminense, e definiu o visual de Carmem Miranda e do Bando da Lua conhecido mundialmente. Alceu começou a mostrar as suas habilidades desde criança, quando costumava desenhar com um giz de alfaiate nas calçadas de Curvelo, conta o seu biógrafo, o jornalista Gonçalo Júnior, autor de "Alceu Penna e As Garotas do Brasil", da editora Amaralys. Ele conta que, certa vez, quando desenhava mulheres nuas, colegas de escola avisaram para que professores estavam chegando. "Calma, quando chegarem, as moças já estarão vestidas", brincou. Nos anos 1940, o cineasta Walt Disney se espantou tanto com os trabalhos de Alceu, que conheceu no Rio, que o convidou para trabalhar nos Estados Unidos. Recusou, para continuar trabalhando pela moda brasileira e ficar próximo da família. As figuras femininas que ele criou para O Cruzeiro e outras publicações foram consideradas as primeiras pin-ups brasileiras, com um toque sensual e certo recato. Entre seus amigos conhecidos estava o estilista francês Givenchy (foto), ícone do mundo da moda, e Millôr Fernandes, que foi seu arte-finalista. Para comemorar o centenário, a família dele colocou no ar o site www.alceupenna.com.br e uma página no Facebook.

Comentários