Uma cidade de Minas

Terra de Geraldos e Marias, de gente simples e batalhadora, esse coração das Minas Gerais que nunca sai do peito dos seus filhos espalhados pelo mundo. Curvelo, o figurino de cidadezinha interiorana que sempre reserva surpresas. Encravada no meio de um grande chapadão na região central do estado, já foi conhecida pela poeira. O cerrado premiou os curvelanos com uma paisagem onde ipês reinam e encantam olhos com flores amarelas. A criação de gado, outrora símbolo absoluto da economia, convive com o cristal, a confecção e outros comércios e serviços. Mineira na fé e nos costumes, sua culinária de tradição sertaneja leva à mesa tutu, arroz de pequi, feijão tropeiro, couve, torresmo, angu, frango ao molho pardo, quiabo com carne moída e um exclusivo balainho.

Sede de todo sertão, “capital da minha literatura” como Guimarães Rosa escreveu, ela é a maior das 13 cidades do circuito turístico com nome do escritor, o primeiro baseado em literatura e destinado a todos que querem ver cenários e nomes do Rosa. Curvelo é agarrada numa festa. De janeiro a dezembro, com muita cerveja e churrasquinho. Em julho, o apoteótico forró. Promovida pela prefeitura, a festança dura três dias e três noites. Barracas ornamentadas conforme sua temática são montadas em praça pública onde artistas nacionais se apresentam. Tudo muito bonito. Há também concursos de música popular e caboclo de todas as classes sociais arrastando o pé até o sol raiar. Forró é evento estadual, trazendo turistas de outros estados.

Município muito católico onde se ergue o Santuário (Basílica) de São Geraldo, o segundo maior templo dedicado ao italiano no mundo. Carismático, Gerardo do novo mundo recebe todo agosto grande procissão na famosa oitava. Milhares de turistas mostram devoção e colaboram com as obras sociais da festa. O parquinho para as crianças, as barracas de comidas típicas e uma grande feira a céu aberto vende alegria com preços baratos. Curvelo é berço da estilista Zuzu Angel, do ator Ângelo Antônio, do músico Paulo Roberto Diniz Junior (o PJ do Jota Quest), do escritor Lúcio Cardoso, do cartunista Alceu Penna e do jornalista André Carvalho, que formam panteão de heróis a orgulhar conterrâneos.

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