Gorby: de líder vermelho a verde


Quando ainda se comemora os 20 anos da queda do Muro de Berlin, nunca é pouco se lembrar do grande Gorby. O ex-secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e único presidente do país, Mikhail Sergueievich Gorbachev (1931), é jurista e agrônomo. O líder russo iniciou na política em 1955, como funcionário do PCUS, até chegar a chefe de Estado em 1985, sucedendo a Konstantin Chernenko. Para tirar o país do atoleiro econômico, o então membro mais jovem membro do Politburo propôs mudanças profundas na política, sob o slogan Glasnost (abertura), e na economia, com a Perestroika (reforma). Em 1988, foi eleito indiretamente presidente do Soviete Supremo, ganhando depois amplos poderes constitucionais em 1990, ano que recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Na política externa desencadeou o desarmamento nuclear via tratado com os Estados Unidos, para eliminar mísseis de médio alcance. Em 1989 retirou as tropas soviéticas do Afeganistão. Foi o principal ator do fim da guerra fria, marcado pela reunificação alemã (1990) e o desmoronamento, no ano seguinte, dos blocos militar e comercial em torno da URSS: respectivamente, Pacto de Varsóvia e Comecon. Pressionado por reformistas radicais e por reacionários do PCUS, que deram o fracassado golpe de Estado em agosto de 1991, iniciou a transição de poder em favor de Boris Ieltsin. Após a dissolução pacífica da URSS, renunciou à Presidência em 25 de dezembro. O estadista viu frustrada a intenção de voltar à política na Rússia e hoje, aos 78 anos, é influente líder ambientalista e pacifista, à frente da Cruz Verde Internacional.

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