Quatro em três

Onde deveria haver três, há quatro folhas. Essa incidência rara é vista, desde os tempos antigos, como sinal de sorte. O trevo de quatro folhas é considerado sinal de sorte desde a antiguidade. Já por volta do ano 200 antes de Cristo, na Inglaterra, o trevo de quatro folhas era, entre os antigos druídas, símbolo de boa sorte e considerado sagrado pela sua raridade. Os celtas consideravam o trevo de quatro folhas uma proteção contra espíritos malignos. Diz a história, Eva levou um trevo de quatro folhas do jardim do Eden. Também há quem conte que Napoleão, hesitante em acreditar nesta crença antiga, ao encontrar um trevo de quatro folhas mesmo em frente a uma pata do seu cavalo, por curiosidade, baixou-se para pegá-lo. Nesse momento, uma bala passou mesmo por cima dele e ele sobreviveu. A mística do trevo de quatro folhas continua até hoje, tanto que encontrar um verdadeiro trevo de quatro folhas é ainda uma raridade e sinônimo de boa sorte. Tradicionalmente, as três folhas do trevo branco (Trifolium repens) representam o amor, a fé e a esperança. A quarta folha significa sorte. O trevo de quatro folhas na verdade não passa de uma mutação do tradicional trevo branco (de três folhas) Trifolium repens. Desta forma, um em cada 10 mil trevos sofre mutação e desenvolvem a quarta folha, normalmente menos desenvolvida do que as restantes três folhas. No entanto, esta forma é recessiva e, por seleção natural, tende a desaparecer, daí a raridade deste mutante. Há outras plantas que produzem trevos de quatro folhas como o trevo de água (Marsilea Quadrifolia) ou a Oxalis (Oxalis tetraphylia). Mas elas produzem sempre quatro folhas e não são consideradas o verdadeiro “Shamrock” que traz sorte na quarta folha. Uma maneira de identificar o verdadeiro trevo da sorte é verificando se a quarta folha é menor do que as outras três. Boa sorte!

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