Fight! Lobão versus Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desmentiu ontem publicamente o colega Edison Lobão, de Minas e Energia, na polêmica sobre a possibilidade de aumento do preço da gasolina este ano. Ele afirmou que, ao contrário do que disse Lobão, não sinalizou reajuste neste ano. Trata-se de mais um ruído entre os dois nesse tema. Na segunda-feira, Lobão voltou a afirmar que esperava pelo reajuste dos combustíveis até o fim do ano. Seu comentário já tinha reforçado a impressão de desencontros Mantega. Lobão explicou que sua “convicção de que isso (aumento dos combustíveis) possa ocorrer” partiu da previsão de Mantega feita no último aumento da gasolina, no fim de janeiro. “O presidente do conselho de administração da Petrobras é o senhor Guido Mantega”, disse, rebatendo a declaração do titular da Fazenda, na semana passada, de que o aumento era com a estatal. “Ele (Mantega) tem um olho direcionado para a inflação e para o interesse da economia e um olho direcionado para o interesse da Petrobras”, salientou Lobão. O ministro também fez questão de lembrar que existe uma limitação legal que o impede de presidir o conselho de administração da estatal por ser senador. Para explicitar o conflito, Lobão chegou até a fixar semana passada quanto seria o aumento ideal: 6%. “O percentual é justo, mas não sabemos se será feito”, enfatizou. Sua aposta se baseava no reajuste pedido à época pela Petrobras para todo o ano, de 13%. No início de 2013, o governo autorizou aumento de 6,6% da gasolina nas refinarias, para alinhar o preço ao mercado internacional. Na última quarta-feira, quando foi anunciado que o índice oficial de inflação (IPCA) acumulava em 12 meses, pela primeira vez no ano, percentual inferior a 6%, Mantega absteve-se de comentar a esperança da presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre um aumento tão logo houvesse melhora no cenário econômico, como queda na cotação do petróleo ou do dólar. A executiva também havia afirmado por mais de uma vez, desde o mês passado, de que esperava novidades nos preços dos combustíveis até dezembro, ressaltando que seu desejo dependida do acionista controlador, a União.

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