Affonso Penna Bio


Da infância na histórica Santa Bárbara (MG), até a Presidência da República, Affonso Augusto Moreira Penna trilhou um caminho sólido e intenso na política brasileira, sempre respeitado pelo caráter firme, pelos ideais e pela inteligência. Pertenceu a uma das mais famosas turmas da Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo de São Francisco; foram seus colegas Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Castro Alves, Rodrigues Alves e Crispim Jacques Bias Fortes. Ocupou diversos cargos da Monarquia à República sendo sempre fiel aos seus ideais. Foi abolicionista e assinou a Lei do Sexagenário, no dia 28 de setembro de 1885. Já no período da República preferiu se afastar da política por não concordar com o golpe de Floriano Peixoto. Como presidente do Estado de Minas Gerais, suas principais ações foram a construção de estradas de ferro, a redução de juros bancários, a criação da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais e a mais significativa de todas: a assinatura da lei para a construção da nova capital de Minas Gerais. Antes de assumir a Presidência, viajou pelo Brasil para conhecer melhor as necessidades do país. Ágil, inquieto e de pequena estatura, ganhou o apelido de Tico-Tico. Para a composição de seu Ministério, escolheu jovens com conhecimento técnico, causando o desagrado e a oposição de velhos políticos. Esse Ministério ficou conhecido como “Jardim de Infância”. As ações que marcaram o governo Affonso Penna foram: estabilização cambial e monetária; desenvolvimento das comunicações telegráficas com o objetivo que todos os Estados fossem beneficiados; expansão da rede ferroviária - Estradas de Ferro Central do Brasil, Oeste de Minas, Leopoldina, Goiás, Sorocabana, Madeira e Madeira, Central de Alagoas, São Luiz e Baturité; obras de melhoramentos dos portos de Taqui (MA), Camocim (CE), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e os portos de Natal, Recife, Vitória, Corumbá e Rio de Janeiro; construção e reparos dos prédios da Escola de Belas Artes, Biblioteca Nacional, Museu Nacional, Faculdade de Medicina da Bahia e Faculdade de Direito do Recife, Supremo Tribunal Federal e de estabelecimentos militares; saneamento do Rio de Janeiro, então capital federal; incentivo da imigração estrangeira; reformulação da organização interna do Exército sob a supervisão do ministro da Guerra, general Hermes da Fonseca; aprovação da lei que tornou o serviço militar obrigatório; criação do Ministério dos Negócios da Agricultura, da Indústria e Comércio e do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. Em 1909 a saúde do presidente estava abalada - na vida política, crise pela disputa da sucessão; na vida pessoal, a profunda tristeza pela morte do filho Álvaro. Mesmo assim, não tirou licença e continuou trabalhando. Vítima de forte gripe que evoluiu para uma broncopneumonia, faleceu em junho de 1909 exercendo a função de presidente.

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