"O fim do mundo está acabando"

Sílvio Ribas Durante boa parte da minha vida, ouvi a constante promessa de que o mundo acabaria em breve. Não por guerras ou catástrofes ambientais, mas por profecias, boatos e teorias que vinham com suspense hollywoodiano. Os iminentes apocalipses davam sustos, mas, graças a Deus, nunca chegam. Lembro bem da virada para este século. Era como se estivéssemos vivendo dentro de um filme de ficção científica. O “bug do milênio” — o temido Y2K — prometia transformar computadores em feras desgovernadas, desligar usinas, fazer aviões despencarem e colapsar o sistema bancário mundial. Quem viveu o réveillon de 1999 para 2000 com um olho no céu e outro no caixa eletrônico sabe: não houve bug, só uma queima de fogos a mais e um alívio geral por não ter ocorrido nada digno dos jornais do dia seguinte. Ainda teve gente que repetiu a cantilena na virada de 2000 para 2001. Nada. Já a profecia popular do “de mil passará, de dois mil não passará” parecia saída de rima de benzedeira. Era sussurra...