O sujeito da oração

A primeira pessoa do plural pode atuar como sujeito gramatical em uma oração. E no contexto espiritual, também podemos considerar nós mesmos como sujeito da oração. Ao abstrairmos o conceito religioso, onde Deus é o protagonista, percebemos que o ato de orar desempenha um papel significativo no controle do nosso dia a dia e na manutenção das nossas expectativas. Em meio às dificuldades, fechamos os olhos e nos conectamos com algo indescritível, que habita e persevera em cada um de nós.

A oração revela-se como fonte de encorajamento e inspiração
para pessoas de diferentes perfis, capaz de promover a paz interior, a autorreflexão e a busca por significado. Independentemente das crenças individuais, aqueles que oram se convidam a transcender a si mesmos, a mergulhar em sua própria essência e a descobrir um caminho em direção à serenidade.

Não é sem motivo que o filósofo ateu Alain de Botton admite sentir inveja das pessoas de fé, pois elas mantêm valores e nutrem esperanças. Em um artigo escrito para o jornal italiano Corriere della Sera em abril de 2012, ele ressalta que a sabedoria presente nas religiões pertence à humanidade, incluindo sua parcela mais racional e fervorosos opositores do sobrenatural.

Por fim, recordo uma entrevista de Dona Déa, mãe do humorista Paulo Gustavo, na qual explica a origem de sua notável resistência ao sofrimento. Ela afirma não ter força própria, mas sim fé fortalecida pela oração, graças ao ensinamento recebido de um pastor. Ele a orientou a buscar nas horas mais difíceis “discar o zero-zero”, descobrindo depois que o par de números era a alusão aos círculos vermelhos dos joelhos após longa oração.

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