Curvelo na crônica política


 A coluna de política Bastidores do Poder, do renomado jornalista alagoano radicado em Brasília Cláudio Humberto, publicada em diversos órgãos de imprensa do país, tem guardada em seus arquivos saborosas notas protagonizadas por curvelanos. Vejam algumas delas:

 

14/12/2002

FALA, RAIMUNDA!

Raimunda Vila Real, 77, ex-cozinheira do músico Sérgio Mendes, deveria ser convocada para uma CPI. A mineira de Curvelo, que penou por um lugar ao sol nos EUA, revelou a um jornal local que se revezava entre Rio e São Paulo, para almoços e jantares secretos de ricaços, onde ouviu coisas do arco-da-velha: “Eles roubavam o Brasil.”

 

07/11/2002

O SEGREDO DO PODER

Empossado governador de Minas, nos anos 40, Milton Campos marcou audiência com uma comissão de correligionários de Curvelo, à frente o deputado Raimundo Sapateiro, o único trabalhador eleito pela UDN. Como Campos demorou a receber o grupo, Sapateiro acabou cochilando numa confortável poltrona da ante-sala. O próprio Milton Campos o despertou: - Então, Raimundo, já conhecia o palácio? Gostou? - Gostei muito, governador. E só agora entendi por que os políticos brigam tanto pelo poder. É porque ele é muito macio...

 

24/12/2007

PRONOMES TROCADOS

Benedito Valadares era governador de Minas quando foi a uma exposição agropecuária em Curvelo. No discurso de abertura, jurou:

- Determinei à Caixa Econômica e aos bancos do Estado a concessão de empréstimos agrícolas a prazos curtos e juros longos.

Um assessor corrigiu, em voz alta:

- É o contrário, governador.

Ele respondeu:

- Desde que o dinheiro venha, os pronomes não têm importância.

 

04/02/2003

O DIREITO DE APALPAR

Conta o escritor Petrônio Souza uma história engraçada sobre Dalton Canabrava, deputado estadual mineiro que nos anos 1960 lutou contra a ditadura. Médico em Curvelo (MG), ele conciliava a profissão com o mandato legislativo. Certa vez, levou a mulher a uma consulta médica. Convidado pelo colega, entrou com ela no consultório. Enquanto o médico analisava sua mulher, ele observava. “Dói aqui? E aqui? E agora?!”, repetia o homem, tocando a paciente. Canabrava resolveu intervir: - Doutor, vamos fazer um trato: o senhor pergunta e eu apalpo...

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