O poder delas


As duronas
Sílvio Ribas
Correio Braziliense - 01/03/2012

Quem tem m>ais de 40 anos sabe bem que a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher foi uma das personalidades mais marcantes do século 20, redescoberta recentemente graças à cinebiografia em cartaz. Faz-nos relembrar com saudade os tempos em que chefes de Estado e de governo quebravam paradigmas para superar adversidades. Não existem mais estadistas como a baronesa Thatcher.

O esperado Oscar conferido a Meryl Streep por sua interpretação primorosa da dama de ferro é também um reconhecimento às líderes na política e nos negócios que ganharam o rótulo de duronas por sua assertividade e pelo rígido compromisso com resultados. No plano internacional, as duronas continuam apontando caminhos que consideram corretos e necessários, expressando suas ideias diretamente e sem eufemismos. O maior nome do clube é a chanceler alemã Angela Merkel, a tesoureira do euro cada vez mais popular entre os compatriotas e mais odiada pelos desempregados europeus.

Outro grande exemplar do time é a presidente (presidenta, insiste ela) do Brasil, Dilma Rousseff. A fama vinha de longe e se revela a cada dia no exercício do comando do país, que o digam os homens de seu ministério, chamados de "meigos" pela própria. Cobranças e palavras pesadas são próprios da gerentona.

A mais nova estrela das duronas, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, quer ser a Thatcher do petróleo, fazendo o que precisar ser feito para a estatal entregar o prometido ao governo. Para isso, Graça Foster, como é chamada pelo mercado, ou graciosa, como chamam carinhosamente os amigos, estreou repetindo mantras da mentora Dilma. Disse que prazo é para cumprir e que vai fiscalizar pessoalmente cada contrato. A segunda mulher mais poderosa do país, responsável por um orçamento de fazer inveja a muitos países em desenvolvimento, revela ainda que pulso forte e coração generoso podem andar juntos.

O lado doce da autoridade feminina é evidente desde as matriarcas. Thatcher quis mais para os filhos de sua pátria, Dilma verteu lágrimas por crianças deficientes e companheiros de armas, Graça não esconde as paixões e Merkel deve estar se lamentando pela falta de tempo para cozinhar. O poder requer responsabilidade e respostas, ensina Maquiavel, apesar de toda a virtude que as mães do mundo têm.

Comentários

Nísio Teixeira disse…
A César o que é de César. À Merkel o que é de Merkel.