A humanidade dos cães
Enquanto isso não acontece, nossa convivência diária com esses seres terrestres de quatro patas deveria ser um atestado do que nos falta para sermos mais nobres, como a maioria deles é. A fidelidade canina é quase impossível de replicar entre nós. O carinho, a atenção e a tolerância da maioria das raças para conosco são tão cativantes que deveriam servir de modelo, sobretudo no trato com os mais frágeis — crianças, idosos, enfermos e pessoas com deficiência.
Confesso que só despertei para a companhia e a interação com os cachorros já na vida adulta, apresentado a eles por minha companheira e cultivado em família. Toby, Bob, Lola e Nonô me ensinaram que olhares e gestos simples de compaixão dizem mais do que muitas palavras. Que afeto incondicional é coisa de seres divinos, ainda que chamados irracionais.
Na humanidade desses lobos domesticados percebo algo até espiritual. As histórias são muitas: cães que choram a perda dos donos, que acariciam barrigas de grávidas humanas, que esperam no mesmo local e na mesma hora pelo retorno de alguém que jamais voltará, que explodem de alegria ao reencontrar quem esteve ausente. Deus abençoe os homens e também os animais que colocou ao lado deles para lembrá-los Dele, com D maiúsculo.
Comentários