A ciência da sorte

 

Sílvio Ribas

Sorte é apenas sorte. Não tem nenhuma lógica interna. Qualquer forma de tentar explicá-la ou dominá-la seria apenas um mero devaneio, acredita a quase unanimidade dos cientistas. Mas há ainda quem queira encontrar respostas “científicas” para a pergunta de até centenas de milhões de reais: como fazer para ganhar o jogo de azar?

As respostas que continuam sendo mais dadas até hoje é, na maioria das vezes, as providas pelo misticismo ou pela superstição, com a busca por amuletos, simpatias e esforço por adivinhações sobrenaturais. São apenas questões de crença, que nada têm a ver com a razão objetiva e a ciência.

No caso da Mega-Sena, maior e mais popular prêmio de loterias do Brasil, estatísticos e matemáticos conseguem apenas nos informar sobre os níveis de dificuldade para acertar sequências sorteadas, usando para isso as leis da probabilidade como ferramenta.

A sorte grande numa aposta mais simples de seis números tem a chance de um para 51 milhões e, ainda que tarda, acaba saindo para alguém que fez esse mínimo de esforço, escolhendo uma meia dúzia de opções num grupo total de 60. Sorte. Pura sorte.

Apesar da frieza dos números, há muitos autointitulados especialistas e estudiosos em ganhar o jogo, autores de livros e responsáveis por cursos, tudo voltado à tarefa de decifrar a sorte e ensinar uma metodologia para tê-la. Mas é isso possível? Como base na mesma estatística, eles confirmam suas teses para mostrar padrões nos resultados ao longo das décadas.

Cifras que mais saem nos sorteios, sequências jamais auferidas e mais frequentes incidências dentro de quatro quadrantes de 15 números que dividem uma cartela fazem parte das análises desses “jogólogos”. Para eles, quase sempre há certames tipo dois-dois-um-um nesses quadrantes. Tudo isso com um verossímil rigor, pois, afinal, os números não mentem nunca.

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