Crise mundial: façam as suas apostas


Sílvio Ribas


A reunião de cúpula do G8 — grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo (não necessariamente as maiores economias) mais a Rússia (acrescentada ao foro em 1998 por ser potência nuclear) — não trouxe grandes decisões, após três dias na cidade italiana de L’Áquila (com ou sem acento?), devastada por terremoto. Mas trouxe sinalizações interessantes sofre o futuro econômico do planeta, que enfrenta atualmente sua maior crise desde a década de 1930. O maior mercado consumidor mundial, os Estados Unidos, avisam: o tombo que sofreram terá consequências fortes nos próximos anos, a ponto de a nação não mais confiará seu progresso à gastança desenfreada, com déficits comercial e fiscal cobertos pelos títulos do Tesouro vendidos a governos emergentes. É o que o próprio presidente Barack Obama disse ao colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Percebe-se também que EUA e Uniao Europeia torcem para que as nações em desenvolvimento comprem mais seus próprios produtos, ficando menos dependentes das importações e, quem sabe, dando espaço para artigos do Primeiro Mundo. Um jogo de cena interessante que vem sendo executado pela China desde o encontro do Bric, sigla artificial que engloba ainda Brasil, Rússia e Índia, está na busca de alternativa ao dólar, como moeda universal de referência para o comércio exterior. O que ocorre é a pressão dos chineses, que têm mais de US$ 1 trilhão das suas reservas em moeda norte-americana, sobre o governo Obama, para não deixarem o dólar desvalorizar muito. O Brasil, por sua vez, força para ser mais ouvido em foros e instituições multilaterais e deve ganhar voz dos antes chamados países centrais com a contrapartida de pôr a mão no bolso para ajudar países pobres, socorrer o meio ambiente e pagar as contas dos foros que pleiteia destaque. Por fim, os EUA querem a ajuda de Lula para conter troublemakers do Irã e Venezuela.

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