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Mostrando postagens de 2016

Previdência: reforma inadiável

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Sílvio Ribas O governo do presidente Michel Temer (PMDB) vai apresentar uma proposta de reforma da Previdência Social como parte do esforço para fazer o país reencontrar o equilíbrio fiscal e, ainda, garantir a solvência do próprio sistema previdenciário para as atuais e futuras gerações. São mudanças urgentes, debatidas há anos e cuja necessidade está explicitada em números graves e perspectivas explosivas. O gasto com aposentadorias e pensões já consome um décimo do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas do país, proporção que deverá dobrar até 2060, se nada for feito, conforme estudo recente do Ipea. A meta orçamentária prevê um rombo este ano de R$ 146,3 bilhões nas contas da Previdência, montante próximo ao déficit federal estimado para 2016, de R$ 170,5 bilhões. A Secretaria do Tesouro Nacional informou no fim de agosto que o rombo da Previdência Social (sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado) avançou de R$ 39,11 bilhões nos...

Notas da reforma do ensino médio

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Sílvio Ribas O presidente Michel Temer editou semana passada (22) Medida Provisória (MP) que trata da reforma do currículo do ensino médio. O texto torna as disciplinas de artes, filosofia, sociologia e educação física opcionais, aumenta a carga horária, fomenta a implantação de escolas em tempo integral e flexibiliza a grade curricular no rumo da formação profissional. A proposta implica em gastos aos estados, com elevação da carga horária de 800 para 1,4 mil horas/aula por ano.  Os currículos se concentrarão em cinco ênfases: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências sociais, ciências humanas e formação técnica profissional. A flexibilização ainda permite os sistemas estaduais criarem currículos e políticas. Com a reforma, só português, matemática e inglês devem ser obrigatórias para o fim do ciclo (hoje são 13: português, literatura, matemática, geografia, história, física, química, biologia, língua estrangeira, educação física, artes, filosofia e so...

Fagner é vulcano!

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Twist and Chao

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É impossível para um sobrevivente da Gazeta Mercantil relembrar os anos dourados do "maior diário de economia do hemisfério sul", na segunda metade da década de 1990, sem ceder à nostalgia. Sobretudo nos tempos atuais, tão adversos aos profissionais de noticiosos impressos. Com os colegas de redação daquele veículo extinto rememoro reportagens marcantes, condições materiais e editoriais para se trabalhar até hoje insuperáveis e, sobretudo, episódios envolvendo grandes nomes do jornalismo. Fazer parte dessa história é uma honra e ter lidado com uma seleção de craques com tinta nas veias e personalidade marcante, um privilégio. Não canso de reler livros que mostram isso, como os do inesquecível José Roberto Alencar e a coletânea Vida Brasileira. Esses cativantes monstros estavam tanto no vistoso prédio de Santo Amaro quanto em elegantes sucursais espalhadas por todas as regiões do País, além de correspondentes na Europa e nos Estados Unidos. Era uma constelação de t...

Dilmentiras

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Senhora presidente Dilma Rousseff, Mesmo tratando-a por presidenta, como prefere, essa concessão em nada mudaria os fatos nem a impressão que eu e a maioria dos brasileiros temos da senhora: a de alguém que abusou da confiança do povo. Não vou mentir: a distância que se estabeleceu entre os seus atos e as suas palavras também levou à distância entre a senhora e dezenas de milhões de brasileiros que confiavam na sua figura de líder maior da República. Esse seu iminente afastamento definitivo da Presidência e a perda de crédito com a população são frutos de uma ruptura decorrente da insistente mentira que a senhora e seu governo tanto usaram. Em sua obra intitulada “Sobre a Mentira”, Santo Agostinho sublinha que os que mentem são inimigos de si mesmos. Isso porque a mentira é algo que sempre se volta contra o próprio mentiroso. A reiterada preocupação do santo com esse tema, expressa em outros textos dele escritos ...

Dilma nunca mais

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O Brasil está enfrentando dias de extremas dificuldades, com a economia destroçada pela gestão da presidente Dilma Rousseff, a inflação elevada e o absurdo número de 11 milhões de desempregados.  Essa herança terrível deixada pelo governo afastado está exigindo grandes sacrifícios do país, das empresas e das famílias, todos em busca da retomada da normalidade e do caminho do desenvolvimento.  Passado um mês do afastamento da presidente e da instalação do traumático e complexo processo de impeachment, inteiramente respaldado pelas leis e chancelado pelo Supremo Tribunal Federal, temos todos a certeza absoluta de que o governo afastado não pode retornar de maneira alguma.  É simplesmente inimaginável as consequências nefastas de um eventual retorno da presidente ao comando do governo. Seria o pior dos mundos, um verdadeiro apocalipse. O discurso cada vez mais vazio de resistência ao suposto golpe, reiterado por Dilma e seus aliados, apenas produz indignação naquele...

Caos na saúde

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Por Sílvio Ribas A desorganização econômica e a tragédia fiscal que marcaram o governo Dilma Rousseff impuseram graves sacrifícios à população brasileira, sobretudo à parcela mais carente. Mas é na situação caótica da saúde que temos o resultado mais doloroso desse legado trágico deixado pela presidente afastada. Para se ter uma ideia, levantamento do Conselho Federal de Brasil informa que o país perdeu quase 24 mil leitos de internação do SUS nos últimos cinco anos. O corte de 2010 a 2015 abrangeu 19 das 27 unidades da Federação e atingiu, sobretudo, as áreas de pediatria, cirurgia geral, psiquiatria e obstetrícia. Em números absolutos, as regiões mais prejudicadas foram o Sudeste e o Nordeste. Só oito estados ampliaram o número de vagas de internação no período analisado. O recuo no total de leitos 24 horas na rede pública ou conveniada ao SUS, de 335,5 mil para 312 mil, revela deterioração que atinge unidade ricas e pobres da Federação. A retração nos repasses de recursos fe...

Desastre econômico

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Por Sílvio Ribas Certa vez, o grande líder Eduardo Campos vaticinou o desastre que vivemos hoje na economia, resultado de uma coleção de irresponsabilidades e de equívocos praticados pela presidente Dilma Rousseff. Em julho de 2014, o ex-governador de Pernambuco previu que a candidata à reeleição seria “o primeiro presidente a entregar o país pior do que recebeu”. Foi exatamente o que ocorreu. O Brasil está quebrado, levando aflição a milhões de famílias. Estamos quase na metade do segundo ano seguido de uma aguda retração econômica, que castiga a todos. O FMI estima contração de 3,8% este ano de nossa economia, repetindo os 3,8% de 2015. Segundo o Serviço Central de Proteção ao Crédito, os pedidos de falência cresceram 31,6% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2015. A produção de veículos já despencou 27,8%. Este é o legado deixado pelo pior governo da história do Brasil, um filme de horror marcado pelo recuo dos investimentos, pela perda do selo de bom pa...

Virar a página

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A Câmara dos Deputados deu uma contribuição significativa para que se inicie um novo tempo no Brasil. Os deputados de diversos partidos caminham para colocar juntos um ponto final em um período de graves perdas econômicas e sociais para o país, virando uma página amarga da história. Logo após a confirmação desse momento alvissareiro, também seremos todos convidados a começar a escrever um roteiro diferente, o roteiro de superação. Seremos honrados com a chance de pintar um outro cenário, bem diferente do atual, com as cores da esperança. Sim, meus amigos, a hora é de se abrir alas ao otimismo, de escancarar as janelas para a boa vontade e de dar a prevalência necessária ao espírito público. Depois de quase dois anos de uma longa agonia provocada pelo impasse político instalado desde a campanha presidencial de 2014, a grande maioria dos representantes do povo na Câmara dos Deputados cumprirá o seu papel constitucional, encaminhando uma saída para o que nos aflige a todos. O moment...

A soma dos cacos

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Por Sílvio Ribas O Brasil está quebrado. Chegamos ao segundo ano de uma retração econômica aguda, que empobrece sem dó a todos os bolsos e deixa mais distante o caminho da retomada do crescimento. E o mais triste disso tudo é saber que o país poderia ter evitado essa agonia toda se o setor público tivesse agido com o mínimo de responsabilidade com seus gastos. Infelizmente, as motivações partidárias passaram por cima do interesse geral, da República e do bom senso. Restaram agora gigantescas pilhas de destroços muito difíceis de serem removidas. Esses escombros podem e devem servir de lição para governantes e contribuintes, no sentido de não mais deixar a euforia dos tempos de fartura nos desviar do essencial. Só uma visão nova sobre como nortear as relações cotidianas entre estruturas públicas e interesses privados pode levar a roda da fortuna girar de novo sem perda de sustentabilidade. Tomara que tenha ficado bem claro para o cidadão comum que a angustiante coincidên...

A mentira como defesa

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Por Sílvio Ribas De tudo já se viu na história política brasileira. Desde o seu começo, a República foi abalada por diferentes turbulências que levaram à renúncia, à derrubada, ao impedimento e até ao suicídio do presidente. No seu episódio mais sombrio, o chefe do Executivo deixou o cargo pela imposição das armas, o golpe militar de 1964. E no maior teste que sofreu durante o atual período democrático, o instrumento constitucional do impeachment foi levado adiante, em 1992, atendendo ao desejo das ruas e ao zelo pela normalidade institucional. A crise atual nos traz novamente ao processo extremo do impedimento, marcado pelo pleno funcionamento das instituições republicanas. O país está mal em muitos aspectos, mas a sua democracia mostra inegável vigor e saúde. Embora o impasse esteja sendo abordado pelos mecanismos previstos pela Constituição e o seu encaminhamento pelo Congresso Nacional goze do apoio da grande maioria da população, ele acabou encontrando agravantes no...

Saudades da Noruega

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Minha visita ao país dos vikings e do bacalhau, em 2011, acompanhado de outros jornalistas brasileiros, foi registrada numa revista local de culinária.

Varejão da República

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Nos últimos 13 anos, a sociedade brasileira tem assistido a tantos desrespeitos com a coisa pública, a tantos escândalos de escala bilionária e tantas práticas abjetas na política que muitos até nem mais acreditam na correção dos erros pela razão e pela democracia. O fato é que as instituições estão funcionando e os milhões homens e mulheres de bem deste país não se deixaram nem vão se deixar acomodar com uma tragédia moral dessas, que vai muito além do imaginado e que se soma à ruína econômica e a degradação social. Na semana passada, com o anúncio do desembarque do PMDB do governo, a presidente Dilma se superou. Para tentar barrar o processo de impeachment na Câmara, iniciou uma escancarada liquidação de ministérios e de cargos, atuando em favor de um varejão da República. A Procuradoria Geral da República precisa investigar os atos da presidente e do seu ministro Jaques Wagner, para apurar seus atos de improbidade administrativa ocorridos publicamente. Em se comprovando a cu...