Bryan Ferry ao vivo na Noruega

Minha viagem a trabalho de repórter pela Noruega, há quase 10 anos, me presenteou com momentos inesquecíveis, como pescar um parente do bacalhau nas águas geladas do Atlântico Norte e me maravilhar com um colossal fiorde visto do alto de mirante. 

Ainda assisti a situações acidentais marcantes, como universitários pulando de pontes de pedra em rio urbano com apenas roupa de baixo e ouvir hits da banda norueguesa A-Ha de uma fita cassete colocada no player da van a pedido dos colegas jornalistas.

Mas dentre todos os episódios inesperados, tenho como o mais gratificante do ponto de vista pessoal foi ter escutado à apresentação de Bryan Ferry, ícone musical dos anos 1980, após breve caminhada noturna com amigos por Ålesund, pequena e bela cidade no coração do país escandinavo.

Era noite de 20 de agosto de 2011, sexta-feira de um verão frio para nossos padrões, e lá rolava o Jugendstilfest, um dos maiores festivais pop e rock da Noruega. O evento acolhido pelos meus ouvidos postados do lado de fora do estádio cruzou com a turnê de lançamento do álbum Olympia, do ídolo inglês. A bilheteria estava fechada, mas pude acompanhar a tudo sonoramente com absoluta clareza, tal qual faziam ali jovens em volta de barracas de lanche.

Às 21h30, trajando terno preto, conforme descobri em imagens na internet, Ferry interpretou covers e vários sucessos colhidos ao longo da carreira, desde quando era vocalista da banda Roxy. Entre duas dançarinas pouco vestidas, ele começou cantando I Put A Spell On You. Em seguida veio a minha favorita Slave To Love (1985), que puxou aplausos da plateia multigeracional.

Foram quase ​90 minutos de nostalgia e glamorosa performance do vocalista, que faria 66 anos um mês depois. Devo agradecer aos Céus e aos simpáticos anfitriões nórdicos, liderados por Johnny Håberg, por mais essa doce lembrança em minha carreira profissional. Além de Bryan Ferry, destaque do festival, se apresentaram naquela edição uma atração americana, duas suecas e 13 norueguesas.

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