Volta controlada à normalidade


Sílvio Ribas

Teremos em maio o início da volta à normalidade nas rotinas de trabalho, de estudo e de várias outras atividades seriamente prejudicadas pelo novo coronavírus. Após duro sacrifício, plenamente justificado pela inédita e emergencial situação criada pela pandemia, podemos, enfim, enxergar a luz no fim do túnel. O desafio é fazer com esse retorno seja seguro para a saúde pública e ainda em tempo de impedir estragos extras à economia.

Foi então com esperança que recebi a notícia do plano apresentado pelo governador Eduardo Leite para reabrir o comércio e a indústria em parte do estado, prorrogando até 30 de abril as medidas de restrição no geral à circulação de pessoas. Agora, de forma controlada e ancorada em pesquisa de projeção da população infectada, municípios sem casos registrados ou com a situação sob controle puderam ter as vedações aliviadas.

Com exceção da Região Metropolitana de Porto Alegre, onde está a maioria dos infectados, os prefeitos das demais cidades gaúchas têm a prerrogativa de determinar o que será liberado, desde que não violem regras estaduais e se apoiem nos indicadores locais de contágio. Em favor dessas decisões pesará o planejamento transparente e correto do governo estadual para agir em um momento delicado e de consequências incertas. 

Do decreto de 1º de abril até a nova política estadual de enfrentamento ao Covid-19, na perspectiva do distanciamento social controlado, conseguimos avançar. Colaborou o governador ter pedido às entidades produtivas que o ajudassem na construção dessa volta gradual e segura. Ficou claro que o isolamento prolongado controlou a expansão do vírus e que a retaguarda erguida para atender infectados é a garantia para se evitar danos maiores.

A gestão de risco da pandemia no Rio Grande do Sul seguirá exigindo atenção permanente ao sistema de saúde, à marcha de contágio e à aplicação de testes. Mas nela está também incorporada o radar sobre o grave momento econômico do estado e sobre a capacidade de vários setores absorverem impactos negativos. Concordo com o governador quando diz que só a união dos 11 milhões de gaúchos vai vencer o inimigo comum. Venceremos.

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