O sultão e o "sarrafi"
“Descer o sarrafo” é um jeito bem-humorado de se referir a opiniões duras de comunicadores. Contudo, após visitar Omã e lá ser apresentado a todos como o “sarrafi” (jornalista em árabe) do Brasil, a expressão passou a me evocar também simpatia. Isso porque os receios de desembarcar numa região marcada por conflitos bélicos e religiosos sumiram logo que provei a hospitalidade dos súditos do sultão Qaboos bin Said al-Said (1940-2020). Como enviado especi al do Correio Braziliense , a convite do governo omani, cheguei à capital Mascate em abril de 2014 para confirmar um momento especial do pequeno país no extremo sul da Península Arábica. As suas iniciativas para modernizar e diversificar a atividade econômica – até hoje concentrada em petróleo, gás e tâmaras – e ampliar presença no comércio global atraíam projetos de multinacionais como Vale, Petrobras e BRF. As experiências que tive em um dos últimos sultanatos do mundo, muito distante culturalmente do Ocidente, foram inesquecíveis....