Meu quintal, meu mundo
Nos fundos da minha casa na Rua Sete de Setembro, bem no coração de Curvelo (MG), existia um rico universo paralelo que servia de refúgio encantado para minhas aventuras. Aquele quintal de cenários variados juntava árvores frutíferas, vasos de flores, canteiros de roseiras, uma parreira, varais e terreiro muitas vezes modificado. Com o tempo o velho barracão deu lugar a uma pequena piscina azul de alvenaria onde dei os meus primeiros mergulhos. Que saudade dos distantes anos 1970 e 1980! Por um portão sempre aberto acessávamos a extensão daquele espaço para o seu correspondente na residência da minha segunda mãe, Arminda. Lá estavam uma gigantesca mangueira de docíssimas mangas pequi, um galinheiro, uma horta, uma lavanderia aberta e com pilões, fornos e mesas para trabalho artesanal, além de um velho barril de aço que vivia transbordando. O território de sonhos e brincadeiras era um verdadeiro paraíso infantil. Travessuras e encenações do que víamos na tevê ocorriam sempre por ali. ...