Letras mágicas da cartilha
A mesma saudade da “professorinha que ensinava o beabá”, cantada por Ataulfo Alves em inesquecível canção, me levou a vasculhar a memória em busca do comecinho do meu letramento. A regressão de quase meio século me pôs de volta numa sala de aula com o pé direito alto do endereço original do Instituto Pequeno Príncipe (IPP), na minha pequena e sertaneja Curvelo (MG). Nessa página perdida de um livro de contos de fadas, me vejo aos seis anos sendo apresentado ao mundo das letras, sílabas, palavras e frases. De olhos fechados, procuro pela Tia Graciette Lopes de Figueiredo. Como hábil contadora de histórias, minha mestra primeira transformava a alfabetização em jornada encantada, repleta de imagens vivas. No alfabeto traçado como coleção de figuras enxergava o A como telhado de casinha, o B como mamãe grávida e o C como queijo Minas já cortado. E o quê era o Q? Ora, um gatinho de costas a balançar o rabo. Nesse ABC do IPP era muito divertido desenhar os 23 integrantes do alfabeto (ainda...