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Mostrando postagens de 2017

Semper altius

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"Qual o caminho da gente? Nem para frente nem para trás: só para cima. Ou parar curto quieto. Feito os bichos fazem. Viver... o senhor já sabe: viver é etcétera..."  (João Guimarães Rosa)

Ética, imprensa e pós-verdade

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Sílvio Ribas Jornalista, assessor parlamentar e pesquisador do Ibmec Em tempos de fake news, “fatos alternativos” e débâcle dos grupos de mídia tradicionais diante do oceano de interatividade online, o jornalismo passou a enfrentar desafios técnicos e, sobretudo, éticos ainda mais complexos e decisivos que os conhecidos desde seu surgimento. O atual debate em torno da credibilidade e dos efeitos da informação que circula de forma instantânea por inúmeros canais e alcance praticamente ilimitado, em escala global, pode resultar, contudo, na revalorização dos alicerces da prática jornalística, de modo a reposicioná-la de forma mais consistente no ingovernável ciberespaço. Hoje, mais do que nunca, cabe aos jornalistas praticantes e aos estudiosos da atividade desses, recorrer aos princípios basilares do jornalismo para defender a sua perenidade, como sempre ancorada na ética profissional. No Brasil, grandes nomes das redações se tornaram também referências maiores da conduta de...

Lobby legal

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A importância do diálogo entre empresa, governo e sociedade 1.      A DEMOCRACIA é o regime político que consagra a vontade popular. Ela dá aos cidadãos chances iguais de participar, diretamente ou por meio dos representantes eleitos, da tomada de decisões públicas. Nesta perspectiva, a política é o espaço do confronto dos variados interesses legítimos presentes na sociedade. Esses interesses devem ser respeitados e o jogo do poder deve ser equilibrado o suficiente para evitar que meios dos poderosos se sobreponham aos dos fracos. 2.      O DIÁLOGO é essencial à democracia, como instrumento pelo qual indivíduos, empresas e grupos organizados expõem suas demandas ao Estado. Todas ações públicas estão, por sua vez, permeadas por interesses econômicos, culturais e políticos que se confrontam na sociedade. Assim, quanto mais eficazes se mostrarem os meios de pressão, maior a probabilidade de se obter (ou impedir) com eles uma política p...

10 mitos da reforma da Previdência

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A reforma da Previdência é imprescindível dada a demografia do país e ao seu gigantesco déficit, com grave impacto sobre as contas públicas. A proposta em tramitação no Congresso corrige distorções que favorecem os mais ricos e impede o colapso nas finanças da União em poucos anos. Argumentos usados pelos críticos das mudanças para mobilizar o público são falsos e não se sustentam no debate. Com uma reforma justa e capaz de conter o desequilíbrio fiscal da União, temos chances de retomar o crescimento e de tornar nosso país menos desigual. Sem reforma, será muito mais difícil crescer e reduzir a pobreza, além de garantir os pagamentos de benefícios hoje e, sobretudo, amanhã. Se o governo equilibrar suas contas, passará a pagar juros menores e a tomar menos empréstimos para fechar seu déficit. Com isso, haverá mais recursos e juros menores, estimulando investimento e consumo, o que leva ao crescimento econômico. Hoje, Previdência Social e Benefício de Prestação Continuada...

Sem ordem não há liberdade

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Sílvio Ribas A segurança pública é um direito de todos os cidadãos brasileiros, consagrado no texto Constituição Federal de 1988. Em razão da situação de insegurança que vivemos hoje em várias partes do país, particularmente no Espírito Santo, chegou a hora desse direito ser defendido com veemência por toda a sociedade. Trata-se de uma demanda óbvia de toda a população, em qualquer tempo e lugar, e por isso precisa ser lembrada. Sem ordem não há liberdade. Sem segurança de ir e vir inexiste democracia. Sem o respeito às leis, não há paz e harmonia social. São coisas tão óbvias quanto essenciais. É a partir dessa constatação que sublinho o papel dos agentes responsáveis pela preservação e manutenção da ordem pública no país. A sociedade espera deles eficiência, isenção e rigor no combate à violência e ao crime. Sem o real compromisso das corporações policiais com sua missão primeira de defender as pessoas, tomba a credibilidade e a iniquidade avança. A desconfiança na capacidade...

Juros altos no Brasil. Até quando?

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Eles já foram condenados em verso e prosa, em público e no privado, ao longo das últimas cinco décadas, sempre associados a adjetivos pejorativos: estratosféricos, escorchantes, indecentes, pornográficos, imorais, agiotas... insuportáveis. Estou falando, é claro, dos elevadíssimos juros brasileiros, que vivem colocando o país na humilhante liderança da usura global e que sempre provocaram a repulsa da maioria da população. Aplicado como remédio amargo para conter a escalada de preços, o juro real básico em nível extremamente elevado desempregou dezenas de milhões de trabalhadores em diferentes épocas, fechou fábricas e sepultou sonhos de cidadãos. A tal política monetária restritiva significa, em bom português, cobrar caro pelo dinheiro para desestimular o consumo de pessoas e empresas. Mas essa prática adotada pelos bancos centrais do mundo todo para combater inflação ganhou contorno dramático no Brasil, seja pelas doses extravagantes, seja pelos largos e repetidos períodos de...