Mais um ano legislativo termina
Nesse meio tempo, ganha evidência uma leva de dezenas de trabalhadores, na maioria de temporários, que se dedicam a obras de manutenção e reforma do maior prédio da Praça dos Três Poderes. Desde pintura de placas e de corredores à substituição de carpetes e de equipamentos de som vão dando lugar ao corre-corre de jornalistas, políticos e lobistas entre gabinetes e plenários. A moça do cafezinho passa a se dedicar mais aos afazeres de cozinha e milhares de funcionários do Legislativo federal vão reduzindo o ritmo e se revezando em folgas enquanto os principais nomes das duas Casas estão de férias regimentais. Os canais de TV da Câmara e Senado vão ter de substituir as transmissões de sessões ordinárias e especiais, de plenário e comissões parlamentares, por programas reprisados e documentários.
Antes mesmo do começo oficial do recesso parlamentar, as visitas de turistas começam a se intensificar para além dos seus dias preferenciais, segunda e terça-feira. As vagas de estacionamento (irregular) no entorno do Congresso Nacional também começam a surgir graciosamente, convidando até os moradores da capital do Brasil a admirar a paisagem desenhada por Deus e Oscar Niemeyer. Com o pôr do sol do fim do outono então não poderia ser melhor. É chegado também o tempo das grandes faxinas e de encer(r)ar com mais esmero os grandes salões do edifício cartão-postal. O Congresso, grande por fora, ficou também “maior” por dentro. Desde o fim de novembro, a decoração natalina de salas de reunião e recepções começou a aparecer.
A rotina na Câmara e no Senado só voltará em dia 2 de fevereiro de 2010. A Constituição de 1988 fixa dois períodos de suspensão dos trabalhos legislativos, um de 23 de dezembro a 1º de fevereiro e outro de 17 a 31 de julho.
Publicado semana passada no Brasil Econômico
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