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Mostrando postagens de outubro, 2023

Orgulho de Curvelo

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    Mais um filho do Curvelo, assim me vejo Mais do que bairrista, sou sertanejo Mais real do que os olhos podem ver, desejo. Tradição e curtição em harmonia Costumes e curtumes, alegria Zelo eterno por Curvelo, poesia. Causos que encantam e divertem Famílias que se unem e protegem Geraldos, como flores, florescem. Poeira nas vias e nas veias, a história Gado e caminhões leiteiros, nossa glória Pequi nos pés e mangaba na bacia, vitória Fé no Santuário, na Matriz, trajetória. Morena brejeira, três vezes guerreira Com bravura e teimosia, nossa bandeira. Tiro, facada e pompa na lida Viola, baile, catira e forró na vida. Terra de escritores vorazes, inspiração Terra de ardores infinitos, coração Terra de paixões tenazes, fixação. Onde Minas se encontra com os Gerais Onde sombra e sol lutam com punhais Onde Deus, na paisagem, se faz igual Onde o amor, profundo, faz-se banal Onde a comidinha é festa, assim Onde céu e alma têm mais estrelas, festim Onde rancor é teimoso, persistente ...

A velha tesoura preta

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Ela se instalou solenemente na pensão de Arminda, em Curvelo (MG), como um mistério que perdura há décadas. Ninguém soube ao certo como ou de onde veio aquela grande e preta tesoura de ferro. Uma das versões mais aceitas é a de que um parente a trouxe no fundo da sua viajada mala, vindo da Europa no fim do século 19, como presente de um amigo alfaiate. O pesado, pontudo e cortante artefato se tornaria uma especial testemunha da nossa história familiar.  Como elo atemporal entre gerações, a velha tesoura segue desafiando o tempo, cortando papeis, panos e outros materiais que fazem parte da rotina da minha casa natal. Minha mãe, desde sua mais tenra infância, guarda memórias da tesourona que viajava entre cidade e fazenda para cumprir variadas funções nas mãos de cozinheiras, costureiras, parteiras e floristas. Para mulheres de ofícios diversos, a ferramenta sempre afiada se mostrou uma incansável aliada.  Robusta, pronta para qualquer desafio, ela se deslocava de um lugar para ...

Vida sertaneja

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Sílvio Ribas No caminho da vida, uma virada esperada: a fase adulta, Nas páginas do livro da existência, uma trajetória resumida, Com estudo como guia e trabalho como ferramenta, As angústias do momento moldaram a caminhada.   Na trilha sinuosa das probabilidades, frustração não planejada, Encontro obstáculos imprevistos que testam a coragem, Mas com determinação, segui adiante, mesmo na estrada Que me levou a lugares inesperados da viagem.   Seguindo a jornada, na vereda iluminada: frutos colhidos e alívio, Encontro tesouros na família, laços que nunca se desfazem, E nos encontros amorosos, descobri o calor da paixão compartilhada, Cada capítulo, uma história, cada passo, uma lembrança.   Sonhos erguidos, com esperança renovada, restam moedas na algibeira, Sabedoria ganha e experiência testada a cada curva do trajeto, Arma na cintura, para enfrentar desafios com bravura, E fé no muito batido e abatido coração, sempre no rumo do abrigo....