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Mostrando postagens de setembro, 2023

Tradição das barracas na beira de estrada

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  A feirinha à beira da estrada de São José da Lagoa, distrito da minha Curvelo (MG), foi um cativante quadro emoldurado pelas janelas de carros e ônibus do meu passado. Lá nos anos 1970 e 1980, quando percorria a sinuosa BR 135, as margens de seu asfalto se transformavam em um mágico mercado a céu aberto, um mostruário completo da diversidade da nossa terra, onde a oferta de pequenos produtores rurais variava conforme as estações. Nas prateleiras improvisadas, frascos de pimenta, óleo perfumado de pequi e conservas caseiras exibiam suas cores tentadoras. Bacias transbordavam com jabuticabas, cajus, tamarindos, mexericas, jambos, pequis e mangas, cada uma guardando o sabor do cerrado. Garrafas de mel, potes repletos de alho e tempero, bem como as frutas típicas do interior, cativavam nossos sentidos. Essas gostosuras puras enriqueceram nossa cultura sertaneja. Não era incomum encontrar artigos artesanais, verdadeiras obras-primas do trabalho manual: gamelas esculpidas com esmer...

Grandes coisas que coisinhas dizem

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  Como é bom relembrar os dias em que os nossos sorrisos se abriam na mais pura inocência e a nossa imaginação voava por todos os cantos do lar. As carruagens das memórias agora me transportam de volta à infância em Curvelo (MG), lá nos distantes 1970s e 1980s, quando coisinhas diziam grandes coisas. Em meio a tantos fetiches doces, recordo da velha canequinha plástica azul, com borboletas pretas pintadas, largada no fundo da lata de açúcar e com as suas crostas de cristais fixadas pelo tempo. Enchê-la era a parte preparatória do ritual de coar café. Depois, era só fritar sonho, assar broa e até cozinhar milho verde. Da cozinha para o quarto vejo os álbuns de figurinhas, com o bonitão da Disney em destaque, só esperando eu trocar as repetidas e comprar as novas. Perto dele, o jarrão colorido de porcelana sobre a cômoda guardava rabiscos, trocos de padaria, lápis e tralhas esquecidas. Sob a cama, jaziam tampinhas de garrafa, que, fincadas no isopor, viraram coleção de raridades....