Beco da saudade
Sílvio Ribas* Incontáveis sonhos trafegaram por aquela nostálgica passagem entre a Rua Sete de Setembro e a Avenida Pedro II. Por seu traçado curto, estreito e levemente curvo se passaram décadas e milhares de vidas. Agora, as estórias que abrigou evocam saudades imensas. Por isso, o Beco do Zalém ou Beco do Xavante não é só ligação entre duas vias de muito tráfego da área central de Curvelo. Suas quatro esquinas conectam também várias reminiscências doces. No vai-e-vem de transeuntes a pé, cavalo ou rodas, esse segmento de cento e poucos metros da Rua Coronel Canabrava virou microcosmo povoado por alunos das escolas Viriato e Santo Antônio, domésticas levando verduras para o almoço, sitiantes com saco na cacunda e toda sorte de personagens e serventias. Para mim, lá sempre será o Beco da Pensão Horta, embora do apelido do dono Matusalém, Zalém, se tirou sua conhecida denominação. Poucas vezes cruzei apressado meu beco preferido, com coração disparado, para cumprir tarefa urgente...