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Mostrando postagens de novembro, 2013

É outra conversa

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A boa prosa dos poetas cariocas Ana Cristina César e Armando Freitas Filho rendia até sete horasnumsó telefonema. As cartas enviadas pela escritora Clarice Lispector aos amigos eram tão antológicas quanto seus romances. O debate político de jornalistas,madrugada adentro nas mesas da Cantina do Lucas, de Belo Horizonte, “derrubava” governos. Esses férteis encontros de almas de até duas décadas atrás soam hoje nostálgicos porque diferemmuito dos de hoje, nos quais a crônica falta de tempo nos reduz a meros sinaleiros da própria existência. Essa observação vinha me inquietando nas últimas semanas e foi corroborada com o lúcido texto da articulistaMaria Paula na Revista do Correio do último domingo e pela reflexão do editor executivo do jornal, Carlos Alexandre, esta semana e neste espaço. Eles confirmaram o meu temor de que a boa conversa está em extinção, ameaçada pelas frenéticas, superficiais e abusivas comunicações on-line. A mesma ferramenta que rompe fronteiras para conectar pessoa...

Carisma e poder

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Por Sílvio Ribas Os presidentes JK, do Brasil, e J(F)K, dos Estados Unidos, tinham em comum algo bem mais intrigante e transcendente que duas letras nas iniciais, usadas como grife pessoal. Eles eram, sem sombra de dúvida, líderes carismáticos, populares e símbolos da transformação modernizadora dos seus países. O fascínio que exerciam e exercem até hoje sobre as massas, além da facilidade com que lidavam com os meios de comunicação, são invejados pelos políticos que os sucederam ao longo dos últimos 50 anos. Emblemas eternos e heróis inesquecíveis, Nonô e Jack, apelidos de família, conferiram ao poder exercido na democracia uma aura mágica, que muitos tentam reproduzir em favor de propósitos discutíveis e nada nobres. Sem dissecar as contradições dos dois personagens históricos e focar apenas no carisma deles, lamento que o pragmatismo na política mundo afora tenha conspirado contra o encantamento das novas ideias. Em seu lugar, o marketing eleitoral e os conchavos da pior espécie ...

Manifesto por Brasília: Onda de calor

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Por Sílvio Ribas O calorzão que temos sentido nos últimos dias deveria referescar as ideias de quem despreza o premiado projeto urbanístico básico de Brasília. O padrão bucólio traçado por Lucio Costa precisa ser respeitado e até aprofundado para que a capital do Brasil continue sendo diferente no bom sentido, com mais verde na terra e mais azul no céu. Não tenhamos dúvida de que a avalanche de carros nas ruas, as seguidas baixas sofridas pelo bravo cerrado urbano e as construções irregulares ou liberadas sem critério são a causa do crescente desconforto nas temporadas quentes. A maioria de nossos filhos e netos tem mais consciência ecológica que nós, em virtude dos ganhos pedagógicos pós-Rio 92, embora os poderosos do planeta pouco tenham feito para mudar a velha dinâmica das emissões de dióxido de carbono. A garotada nos ensina uma equação elementar e sempre esquecida: menos verde e mais concreto é igual a menos água e mais calor. Simples assim. É a partir da esperança nas novas ge...

Saúde civil

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As eleições presidenciais de 2014 avançam sobre o nosso cotidiano sem qualquer pudor, a partir da simples definição de três candidatos ainda não homologados e do duelo verbal entre eles, mesmo sem os respectivos programas de governo. É nessa hora que a minha nostalgia com os anos 1980 cresce sem freios. Para isso, basta ouvir Milton Nascimento cantando a bela canção Menestrel das Alagoas, composta por ele e Fernando Brant em homenagem ao político de oposição Teotônio Vilela. Era um tempo em que os artistas iam aonde o povo estava para defender grandes bandeiras de liberdade e de consciência, para enaltecer a “saúde civil”, como diz a letra. Bem diferente de hoje, em que tudo parece virar um reality show, no qual as posturas e os discursos firmes são contidos para não trombar com suscetibilidades ou aliados úteis e inconvenientes. O mensalão não levou o povo às ruas como nas Diretas Já, pois se esperava que a democracia já testada pelo impeachment de Collor e pela eleição do operário L...

Atualização de currículo

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Prêmio Caixa Econômica Federal (1995) Prêmio Fiat Allis, atual CNH (1996) Prêmio Abic de Jornalismo (1997) Prêmio Fiesc, Federação das Indústrias de Santa Catarina (1999) Prêmio Embratel (2011) Prêmio Abinam, Associação Brasileira da Indústria da Água Mineral (2012) Prêmio Andef (2013) Prêmio Allianz (2013) Prêmio CNI de Jornalismo (2014), categoria nacional Prêmio CNI de Jornalismo (2014), categoria regional NEXT: Prêmio ExxonMobil de Jornalismo (2015)

Noite feliz

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São Paulo, 6 de novembro de 2013. Obrigado pela torcida. Confira a lista dos vencedores da 7ª edição do Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo . Seguros Categoria Linguagem Escrita Impresso Nacional e Regional “Seguro de carro usado é muito caro e nem sempre vale a pena”, de Sílvio Ribas , Correio Braziliense Impresso Especializado em Seguros “A palavra é eficiência”, de Kelly Lubiato, Apólice Impresso Economia e Finanças “Minimizar os riscos para salvar vidas”, de Felipe Datt, Valor Financeiro On-line “Apesar de caro, seguro para celular pode valer a pena?”, de Priscila Yazbek, Exame.com Tema Sustentabilidade – Mudanças Ambientais Categoria Linguagem Escrita Impresso Nacional e Regional “A água que ninguém vê”, de Alice Giraldi, Unesp Ciência On-line “Rastros do mercúrio (série)”, de Henrique Kugler e coautores, Ciência Hoje On-line Categoria Linguagem Audiovisual Telejornalismo “Gás de xisto: problema ou solução?”, de André Trigueiro, com reportagem d...

Aprendiz de feiticeiro

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Por Sílvio Ribas As comemorações do Halloween foram embora e as festas de fim de ano já começam a pedir passagem. Para o governo, essa fase de encerramento do ano vai continuar, contudo, sendo dominada pelas travessuras deixadas pelos seus magos financeiros e rasputins palacianos, chefiados pela economista e presidente Dilma Rousseff. Tal qual o bruxinho Mickey, naquele clássico das animações Disney, ela achou que poderia usar os seus poderes a favor de atalhos rumo a tal “nova matriz econômica”. Mas as consequências ficaram incontroláveis e se voltaram contra tudo e todos. Entre os desfechos mais recentes dos equivocados abracadabras sobre os negócios e as finanças do país está a transformação do príncipe das bolsas de valores, Eike Batista, em um sapo difícil até mesmo do Planalto engolir. O campeão nacional escolhido por Dilma para brilhar em seu reino encantado desapareceu como passe de mágica, deixando petrificados credores de todos tamanhos, incluindo órgãos federais. “Foi s...

Governistas em pé de guerra

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Por Sílvio Ribas A troca de farpas nos últimos dias entre a presidente da Petrobras, Graça Foster, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em torno da necessidade de reajustar os preços da gasolina, é só uma amostra dos embates que vêm se acumulando dentro do governo, provocados pelas falhas de condução dos projetos de infraestrutura. A pressa da presidente Dilma Rousseff em viabilizar, até o começo de 2014, um ambicioso plano de concessões de rodovias, portos, aeroportos e ferrovias, em meio a todos os jogos de interesses, gerou desgastes entre as principais autoridades envolvidas. Com obras emperradas, fraco desempenho da economia e crescente pressões da agenda eleitoral, os auxiliares do Planalto já não conseguem mais esconder suas diferenças. No duelo mais recente, a equipe econômica foi surpreendida pelo anúncio de nova fórmula para atualizar os preços dos combustíveis, com aumentos periódicos e automáticos, apresentada pela presidente da Petrobras. A boa notícia evitou o tombo ...

Braço forte das obras

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Por Sílvio Ribas A presidente Dilma Rousseff se convenceu de que o Exército tem a melhor experiência e a mais avançada tecnologia para servir de modelo em todas as investidas do setor público na área de infraestrutura. Após liderar e sustentar o ritmo de 16 importantes projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), a instituição foi convocada pela "comandante suprema das Forças Armadas" para uma tarefa mais audaciosa. Ela quer que os engenheiros militares estabeleçam o padrão gerencial de planejamento e de execução de obras. Esse esforço estará completo no lançamento de portal na internet dedicado ao tema, até 2015. A meta é fazer com que todos os empreendimentos federais atinjam o mesmo patamar de eficiência, economia e rapidez obtido pelas tropas nos canteiros, cujos convênios despertam grande interesse. Hoje, 20 projetos estão nas mãos dos 12 batalhões de engenharia espalhados por todo o território nacional, orçadas em R$ 1,2 bilhão. "O nosso desempenho e o ...