A potência vermelha
Por Sílvio Ribas A troca de comando no poder central para os próximos dez anos, iniciada com o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), não está entre os assuntos preferidos dos cidadãos do país mais populoso do mudo, seja em encontros formais ou mesmo em jantares descontraídos. Com quase 90 milhões de filiados, a onipresente agremiação é o agente exclusivo das mudanças e o dono da festa. Tal qual na bandeira nacional da China — onde figura como a estrela dourada maior, em torno da qual gravitam outras quatro menores, representando o povo —, o PCC guarda as glórias da república popular, domina a vida cotidiano e planeja o futuro de todos. Mas apesar de a transição de governo na segunda maior economia do planeta não despertar debates e manifestações públicas como as conhecidas nas democracias ocidentais, as aspirações de 1,3 bilhão de habitantes não deixam de ser percebidas e até mesmo avaliadas pelas autoridades máximas. O orgulho da população com o crescimento econômico reco...