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Mostrando postagens de novembro, 2012

A potência vermelha

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Por Sílvio Ribas A troca de comando no poder central para os próximos dez anos, iniciada com o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), não está entre os assuntos preferidos dos cidadãos do país mais populoso do mudo, seja em encontros formais ou mesmo em jantares descontraídos. Com quase 90 milhões de filiados, a onipresente agremiação é o agente exclusivo das mudanças e o dono da festa. Tal qual na bandeira nacional da China — onde figura como a estrela dourada maior, em torno da qual gravitam outras quatro menores, representando o povo —, o PCC guarda as glórias da república popular, domina a vida cotidiano e planeja o futuro de todos. Mas apesar de a transição de governo na segunda maior economia do planeta não despertar debates e manifestações públicas como as conhecidas nas democracias ocidentais, as aspirações de 1,3 bilhão de habitantes não deixam de ser percebidas e até mesmo avaliadas pelas autoridades máximas. O orgulho da população com o crescimento econômico reco...

A Partilha

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Por Sílvio Ribas O último capítulo da novela do novo marco regulatório para a exploração do petróleo e do gás está se confirmando como o final triste de uma empreitada atrapalhada e malssucedida do governo. O desejo de transformar uma constatação geológica — a das reservas potencialmente gigantes da camada do pré-sal — numa plataforma histórica de desenvolvimento do país atrelada à estratégia de poder do atual grupo dominante exagerou na audácia e pecou na falta de avaliação política e técnica dos riscos da enorme mudança proposta. Os estragos parlamentares gerados por quatro projetos de lei são só parte do drama. Após quatro anos de discursos de palanque e de negociações tumultuadas no Legislativo, o resultado é a flagrante percepção de que o Planalto errou ao insistir em mudar o atual regime de concessões para o de partilha. As maiores vítimas dessa investida foram justamente os estados produtores, notadamente Rio de Janeiro e Espírito Santo. A votação da Câmara na terça-feira, mante...

Tudo a ver com o Brasil

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Por Sílvio Ribas As duas maiores economias do planeta — Estados Unidos e China — escolheram na semana passada seus líderes máximos para os próximos anos e os rumos que vão perseguir para enfrentar os graves desafios atuais. Juntas, respondem por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. E são dos dois maiores parceiros comerciais do Brasil e da maioria dos demais países. Além do peso que essas locomotivas têm sobre o nível da atividade econômica global, seriamente abalada por incertezas, sobretudo as vindas da Zona do Euro, elas têm particular importância para a frágil retomada brasileira. Acompanhar os resultados das urnas que consagraram o presidente reeleito Barack Obama e analisar os desdobramentos da eleição norte-americana para a economia mundial são essenciais para traçar previsões domésticas. Não menos importante é tentar enxergar o que a confirmação da escolha do futuro presidente Xi Jinping, recém-ungido pelo histórico 18º Congresso do Partido Comunista da China (...