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Mostrando postagens de setembro, 2012

Feijão a R$ 6

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Sílvio Ribas Havia um tempo neste país em que trabalhadores comuns recebiam salários com muitos dígitos e pouquíssimo valor. Tão logo eram abonados, pegavam o suado dinheirinho e corriam às compras de itens de primeira necessidade para não serem ainda mais espoliados pelos constantes reajustes de preços. Não por acaso, o fim da inflação galopante — expressão muito comum nos anos 1980 — provocou uma revolução sem precedentes na história econômica brasileira. O cidadão comum deixou de fazer estoques mensais de mantimentos e passou a ir semanalmente ao supermercado, levando para casa muito mais que o básico. Tomou gosto pela variedade e até se premia de vez em quando com iguarias sofisticadas. A acomodação das terríveis pistolas de remarcar produtos mexeu até com a cultura popular e com a política partidária, fazendo da estabilidade uma conquista reverenciada, menos após a eleição de governantes nem tão austeros. Mais lúcido que muito economista ao avaliar a configuração do varejo, o empr...

Cadeira ocupada

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Por Sílvio Ribas Episódio recente promoveu uma convergência saborosa entre as biografias de dois políticos emblemáticos: o ex-presidente do Brasil Itamar Franco, morto há um ano, e o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Trata-se de momentos parecidos envolvendo líderes nacionais e os respectivos desafiantes em plena campanha eleitoral. Ambos os casos tiveram grande repercussão midiática apesar de terem ocorrido com a diferença de quase 40 anos entre um e outro. Semana passada, o candidato republicano na eleição presidencial norte-americana, Mitt Romney, deveria ter sido a estrela da convenção do partido, na Flórida. Mas saiu de lá ofuscado por um astro de Hollywood, que roubou a cena ao “debater” com uma cadeira vazia, usada para representar um ausente Obama. O ator e diretor Clint Eastwood discursou ao lado do objeto inanimado, dando margem a inúmeras piadas e críticas em redes socias e programas de TV. Em uma espécie de diálogo imaginário, o durão da telona brincou ao z...

Gloob! Yeah!

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Alguém, please, me corrobore! Semanas atrás ouvi o jingle do canal infantil Gloob, interpretado pelos ícones baianos Gilberto Gil e Ivete Sangalo, e não pude deixar de associar a canção daquela vinheta a um dos primeiros sucessos dos Beatles. Tenho quase certeza que ela remete a I Want hold your hand . Procede? Não estou falando de plágio. Mas o fato é que as músicas dos quatro fantásticos faz parte do imaginário popular universal e acaba influenciando tudo direta ou indiretamente. Só queria ficar mais tranquilo se souber que outro telespectador tenha feito a mesma associação "pelo ouvido". Yeah!

Sou inocêncio!

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Por Silvio Ribas Com quase um mês de julgamento histórico dos réus do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), uma constatação segura é que sete anos de espera, desde a revelação do escândalo, ajudaram a desbotar a memória coletiva de episódios retratados pela mídia e já constantes em livros de história. O país acompanhou com espanto, indignação e críticas bem-humoradas uma série de notícias. O olhar atento e crítico da imprensa não deixou escapar situações hilariantes, algumas antológicas. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares vaticinou que o caso viraria piada de salão. Ele só não previu que as tais Piadas de Mensalão — também nome de um quadro do programa humorístico global Casseta e Planeta à época — levariam a uma crítica legítima e robusta contra a corrupção na política nacional. Por seu lado, não dá pra não rir de novo ao rever em reportagens e vídeos de 2005 personagens como o ex-deputado Roberto Jefferson. O homem-bomba que delatou e batizou o esquema depôs com olho roxo, ca...