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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Infraestrutura é social

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US$ 11 bi contra as desigualdades Autor(es): Sílvio Ribas Correio Braziliense - 17/01/2011 Diretor do Banco Mundial para o Brasil defende investimentos em infraestrutura para melhorar a qualidade de vida no país Com uma carteira de projetos em curso no Brasil que somam US$ 11 bilhões, o Banco Mundial (Bird) quer que os seus investimentos resultem na redução das desigualdades no país. Para atingir esse objetivo, o organismo multilateral aposta que os aportes destinados à infraestrutura são o melhor caminho. Diretor do Bird para o Brasil, Makhtar Diop ressalta que a atual fase de crescimento econômico reforçou a necessidade de superação de gargalos históricos, que limitam outros avanços na qualidade de vida da população. “O Brasil terá papel ainda mais importante no futuro do banco, como vitrine de boas práticas voltadas à redução de desigualdades”, disse em entrevista exclusiva ao Correio. Makhtar Diop está conversando com ministros e governadores para elaborar o plano estratégico do p...

A roda da pobreza

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Sonho vira pesadelo Autor(es): SÍLVIO RIBAS Correio Braziliense - 14/01/2011 Enquanto países como o Brasil vibram com uma mobilidade social sem precedentes, nas nações ricas, o índice de pobreza dispara. Nos Estados Unidos, 44 milhões estão na miséria e 51 milhões não têm seguro-saúde A gradual substituição de locomotivas do mundo — dos países ricos para os emergentes — desenha o seu retrato mais surpreendente nos índices nacionais de pobreza. A mobilidade social conquistada na década passada pela China e América Latina, levando milhões de pessoas à classe média, contrasta-se com filas de desempregados na Europa e acampamentos de sem-teto em várias partes dos Estados Unidos. A maior economia do planeta vem ampliando a parcela mais pobre de sua população, atingindo cerca de 44 milhões de pessoas, um recorde em 16 anos. A concentração de renda também subiu, com um quarto da riqueza nas mãos de apenas 1% dos norte-americanos. Tais números já desafiam a rede pública de proteção social. O ...

Pagando pelos erros

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Países ricos, que sempre determinaram políticas econômicas para as nações emergentes, ostentam, agora, defeitos de Terceiro Mundo, como excesso de dívidas e rombos fiscais SÍLVIO RIBAS O baixo crescimento, as elevadas taxas de desemprego e o crescente desequilíbrio fiscal registrados pelas economias desenvolvidas confirmam uma reviravolta na economia mundial. Após enfrentarem décadas marcadas por crises, os principais países emergentes - China à frente - não só apresentam melhores indicadores macroeconômicos, mas se consolidam como novas locomotivas do globo. Especialistas ouvidos pelo Correio afirmam que as mudanças são irreversíveis e o paradoxo resultante vai cobrar grandes rearranjos de governos. "Em 1990, os economistas já sabiam que a economia chinesa seria uma potência. Mas ninguém sequer sonhava com o cenário atual, com países ricos pedindo socorro financeiro internacional e emergentes ditando expectativas", ilustra Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e di...

More homeless

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Fórum Econômico Mundial alerta para a escalada de preços dos alimentos SÍLVIO RIBAS O Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) alertou todos os países para uma escalada nos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos e minérios) nos próximos anos e para novas ameaças ao equilíbrio fiscal. Durante a divulgação do relatório Riscos Globais 2011, ontem em Londres, os principais economistas de consultorias contratadas pelo organismo traçaram um cenário crítico de deficits nas contas de governos, sobretudo da Zona do Euro, e de crescentes tensões comerciais dois anos após o estouro da crise econômica. “Os desafios à governança global iniciados em 2008 alcançaram uma escala inédita”, disse Robert Greenhill, diretor de Negócios do WEF. Enquanto a guerra cambial lidera as preocupações de governos e de especialistas, a sexta edição do relatório também aponta riscos envolvendo o descompasso entre a demanda e a oferta de recursos naturais, com desta...

A verdade está lá fora

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Recomendações de Paulo Nogueira, ex-editor de Veja e residente em Londres, aos jornalistas iniciantes "O QUE EU DIRIA diria a um jornalista que esteja iniciando agora? Bem, talvez seja melhor colocarmos as coisas assim: o que eu faria se estivesse começando agora? Primeiro e acima de tudo, mil vezes eu nascesse, mil vezes eu seria jornalista. Não há nada comparável. Você ganha se divertindo. Ouvi isso algumas vezes de Roberto Civita, dono da Abril, e é uma frase que diz tudo de forma resumida. Dado então que, tivesse outra vez 20 anos escolheria o jornalismo sempre e sempre, eu me colocaria onde as perspectivas de carreira serão cada vez mais interessantes. Isso quer dizer que eu optaria pelo jornalismo digital. Sou um homem do papel. Décadas de mídia impressa, se juntarmos os 33 anos de meu pai na Folha mais os 30 meus em revistas. Tenho uma ligação sentimental imorredoura com o papel, portanto. Lembro, com uma certa nostalgia, meu chefe Antonio Machado levando com paixão exempla...

Artigo na revista Pequi 4

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O lucro verde das frutas do cerrado Sorveterias do Centro-Oeste chegam ao mercado internacional e provam que preservar a savana brasileira pode ser também um saboroso negócio Sílvio Ribas* Os sabores de dezenas de frutas nativas deveriam fazer parte da vida de milhões de brasileiros que vivem no cerrado. Contudo, em pleno século 21, este cardápio – um dos mais ricos em nutrientes e vitaminas do planeta – ainda é visto como exótico no meio urbano. Esse desconhecimento generalizado daquilo que está próximo acaba limitando as possibilidades de exploração do frágil ecossistema e até mesmo favorecendo a sua devastação. Para a economia regional, tal desinformação ou preconceito de empresários e consumidores representa ainda desperdício de alimentos e indiferença com negócios lucrativos com alcance internacional. Graças ao tino comercial e a consciência ecológica de empreendedores do Centro-Oeste, aliada à crescente demanda mundial por produtos saudáveis e ambientalmente sustentáveis, frutas ...

Artigo na revista Pequi 3

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Norte de Minas com todo o gás Pesquisadas por décadas, enormes jazidas do combustível estratégico começam a ser exploradas na região e a despertar negócios Sílvio Ribas* O que sempre foi óbvio para leigos e especialistas – a presença de gás natural no subsolo do Norte de Minas Gerais – levou décadas para deixar de ser só fato curioso para se tornar negócio lucrativo e de horizonte promissor. Agora, além de ser um desafio para engenheiros e objeto da disputa internacional, a parcela da gigantesca reserva da Bacia do Rio São Francisco presente no estado inaugura uma nova fase para a economia regional. O gás começou a ser oficialmente explorado em setembro e os desdobramentos dessa atividade – autorizada e supervisionada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – são auspiciosos. O cenário mais otimista é o do surgimento de um parque industrial no sertão viabilizado pela oferta segura e abundante do insumo energético, por uma futura rede de gasodutos e pela m...

Artigo na revista Pequi 2

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Dinheiro que dá em árvores Vilão para uns e herói para muitos, o eucalipto amplia negócios com o aquecimento global Sílvio Ribas* Uma das primeiras imagens da estrada que chama à atenção antes de chegar a Curvelo, vindo de Belo Horizonte, é a de maciços florestais. Eles estão lá há três décadas, são importante fonte de renda e emprego para milhares de mineiros e tornaram-se parte da economia rural. No início, o maior estímulo vinha do apetite por carvão vegetal para acionar dezenas de usinas de ferro-gusa do Estado e algumas multinacionais do aço, como a Mannesmann (Valourec). Depois, contudo, o eucalipto na região central do Estado consolidou, com sua excepcional produtividade, uma ampla lista de produtos. Fonte segura de madeira, que pode se tornar celulose, móveis, óleos e até ajudar na criação de abelhas, as florestas cultivadas ganharam usos ainda mais sofisticados. O setor é também um dos que mais cresce no País, faturando US$ 28 bilhões anuais, puxado pela crescente demanda mun...

Artigo na revista Pequi

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Lucros de ferro e fogo Sílvio Ribas Poucas cidades no mundo têm uma história tão interligada à pecuária como Curvelo. O vilarejo fundado no século 18 por um portentoso e incomum criador de gado – o padre católico Antônio Corvelo de Ávila – ainda hoje é um dos municípios de destaque na região central de Minas Gerais. Chegou a ser capital brasileira dos zebuínos e as marcas desses tempos de glória estão até na bandeira curvelana, que ostenta uma cabeça de boi, símbolo da riqueza local. São lucros obtidos a ferro e fogo, mas que também partilham um pouco da cultura sertaneja, do jeito audacioso de vencer desafios. Passados mais de 300 anos, a tradicional atividade econômica que ajudou, junto com a mineração, a moldar Minas Gerais, percorre novas trilhas no sertão de João Guimarães Rosa, em busca de oportunidades e sondando futuros. Os números que interessam agora não são necessariamente os das cabeças de animais, mas os índices de produtividade e qualidade genética. A paisagem que se admi...

Ainda a Itacolomi

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BH reinventou a TV Sílvio Ribas (Artigo publicado originalmente na revista eletrônica Zapp, da Prefeitura de Belo Horizonte) O já histórico e mineiro 21 de abril também marca a data da primeira transmissão televisiva em Minas Gerais. Naquela tarde de 1955 uma câmera RCA TK 31 focalizou e gerou em circuito fechado a imagem do relógio da Igreja São José, nesta capital, que registrava 2h55. Dois meses depois, em 25 de junho, os lares e casas comerciais de Belo Horizonte finalmente teriam seu contato inaugural com uma novidade até então há cinco anos no País: o televisor. A emissora era a TV Itacolomi, canal 4. A inauguração da Itacolomi - canal de televisão pioneiro no estado e o terceiro a surgir no País, criado pelo dono dos Diários e Emissoras Associados, Assis Chateaubriand - representou o início de uma saga, repleta de conquistas e derrotas, a maior destas representada pelo seu fechamento. Do alto do Edifício Acaiaca, a torre da emissora transmitia de clássicos da música, teatro e da...

A pioneira TV Itacolomi

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Televisão à mineira A festa dos 50 anos da TV no Estado joga luz sobre textos que retratam essa história, tira da gaveta outros projetos e ainda encoraja iniciativas Sílvio Ribas No Brasil, a televisão ganhou importância surpreendente. Com sua exagerada influência, ela informa, distrai, educa e ainda dita costumes a milhões de pessoas de todas classes sociais. A história dessa intimidade entre o brasileiro e a telinha começou em 1950 com o jornalista Francisco Assis Chateaubriand, fato esse bem registrado em livros e documentários em vídeo. Mas o que poucos sabem é que foi em Minas que o novo meio de comunicação trazido pelo velho capitão dos Diários e Emissoras Associados deu importantes passos para se consolidar como arte, técnica e fenômeno social. "Não existe hoje, fora a bomba atômica, reação maior na sensibilidade de um meio coletivo do que a televisão", dizia Chatô em artigo de O Jornal (10 de novembro de 1955) sobre a chegada da TV a Minas. Ele chamava a Itacolomi (en...