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Mostrando postagens de julho, 2010

Estatutomania

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Legislação pela cidadania Depois de o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que acaba de completar 20 anos, o país ganhou os estatutos do idoso e do torcedor, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva esta semana. Foi aprovado também este mês o Estatuto da Igualdade Racial. Mas na Câmara dos Deputados e no Senado ainda tramitam outros tantos projetos de lei para se criar estatutos, como o da Pessoa com Deficiência, o da Juventude, do Nascituro, da Família, da Segurança Privada, do Motorista Profissional e por aí vai. Apoiados por movimentos civis que defendem regulamentação das centenas de “garantias cidadãs” da Constituição de 1988, eles fazem parte das conquistas e plataformas de candidatos destas eleições. Juristas questionam o excesso de leis para regular a vida das pessoas, sendo que muitas dessas normas já estão contempladas em outras legislações, como as que coíbem discriminações. Mas políticos conseguem nos projetos ampliar sua vinculação com grupos da sociedad...

Google it!

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"Conteúdo da web só é grátis para quem tem tempo a perder" Por Damon Darlin Na época em que os comissários comandavam a União Soviética, as pessoas passavam horas na fila do pão. Embora o pão fosse grátis, as pessoas pagavam com o seu tempo. Para os economistas, esse era um exemplo real de como o mercado sempre exige algum pagamento -em tempo ou dinheiro. Pagar com tempo em vez de dinheiro também parece ser comum na internet. Praticamente todo dia faço um grande esforço para encontrar na rede os meus programas favoritos de TV, já que cortei os canais a cabo para poupar cerca de US$ 110 por mês. Levo de cinco a dez minutos para encontrar os programas no Hulu.com ou no Clicker.com. Vale a pena? Sei lá. Não achei um economista que me dissesse exatamente quanto vale o meu tempo livre. (Achei, no entanto, um fascinante documento do governo americano que tentava estimar o valor do tempo gasto em viagens, levando em conta o salário dos caminhoneiros e pilotos de avião.) Faço o mesmo...

Crepúsculo dos vampiros

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Em nome da precisão jornalística e da qualidade editorial, sou obrigado a fazer graves reparações ao belo texto "A eterna sedução dos vampiros" (edição 2.173, de 14 de julho), de Isabela Boscov. Ao contrário do que a colega jornalista diz, Drácula (1897) não é uma história de amor, nem de longe. É um clássico do terror, tendo como personagem-título um monstro, uma criatura maligna sem alma ou qualquer sentimento humano, agindo apenas como predador de pessoas. O equívoco do texto, que começa lá onde fala das "metamorfoses pelas quais os vampiros têm passado", revela um fenômeno da atualidade, onde transborda mídia digital, com muita informação e pouco conhecimento consolidado. Somos (me incluo nessa) mais influenciados pelas versões cinematográficas do que os textos literários, onde tudo começa. O filme Dracula de Bram Stoker não deveria ter este título. Deveria se chamar Dracula por Coppola. Ele criou algo que não está nas páginas escritas pelo irlandês Stoker, que ...

Vicente de Oliveira Torres (1923-2010)

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Naipes do baralho

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Uma curiosidade minha revelou que poucos também sabem como surgiram os quatro naipes do baralho. O baralho moderno começou a tomar forma no século 16, com o conjunto de 52 cartas criado pelos franceses. Na época, vários países da Europa tinham versões locais dos naipes. Como os logotipos franceses dos naipes eram mais simples e fáceis de imprimir, ganharam popularidade e foram adotados em outras nações. No baralho espanhol há 48 cartas, numeradas de um a nove, e três figuras: valete (10), cavaleiro (11) e rei (12). Os nomes dos naipes são quase idênticos em português e espanhol: oros, espadas, copas e bastos (“paus”), representando comerciantes, militares, religiosos e camponeses. Já no baralho francês os nomes originais eram carreaux (quadrados, que equivale a ouros), pique (pontas de lança, nossas espadas), coeurs (corações, nosso copas) e trèfles (trevos, nosso paus). O cavaleiro foi trocado pela dama. O baralho como conhecemos hoje é uma mistura do francês com o espanhol. ÁS – Não ...

Sobre BSB

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Brasília, modernidade horizontal, horizontalidade moderna! por Poeta Punk (DF) Horizontal e moderno, uma criação. Em Brasília, eu vou reto sem perdão! Complexidade moderna a meu ver! Mal interpretada quando associada ao poder. Pra compensar a falta do mar. A boêmia transparece na mesa do bar. Os políticos aqui causam um estrago. E os candangos assistem um belo por do sol no Lago. Arte pela cidade, bem arquitetada. A verticalidade aqui fora desprezada. Olhe o horizonte da cidade horizontal. O cerrado nos mostra um por do sol sem igual. Tem que ser adaptado porque a umidade é rara. Calango do cerrado, camelo do Saara. Malevich e Baudelaire, precursores da modernidade. Tão modernos e surpreendentes quanto a nossa cidade. Na catedral Di Cavalcanti e Ceschiati, mostram sua arte. Na esplanada ou em baixo dos blocos. Arte por toda parte. No poço azul ou na ermida use a imaginação. No parque esporte é vida, arte de Burle Marx e Athos Bulcão. Lago Paranoá, o sol deita-se nesta benção, neste es...

Mundo cão

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Eliza Samudio, Isabella Nardoni e João Hélio. Vítimas reais de monstros reais. Os nomes das vítimas e dos seus assassinos entraram para o imaginário popular, freqüentam os pontos de ônibus, a mesa de jantar e o bate-papo na internet. A maioria pede Justiça, gente fica abalada com os fatos e ainda uns imbecis fazem piada com a tragédia humana made in Brazil. Em paralelo, os debates trazem a velha dúvida se a monstruosidade sempre existiu ou se só aparenta crescer por conta de uma maior exposição. Assim seria o caso de pais que engravidam em série suas filhas em prisão domiciliar? Bastou surgir homens deste tipo na Áustria para que outros tantos aparecerem aqui no nosso sertão. Os sádicos serial killers verde-amarelo, por sua vez, não devem nada aos mais cruéis personagens da literatura e da vida real. Na Antologia da Violência Brasileira, trazida cotidianamente aos nossos lares pela TV, ainda podemos lembrar desde antigos casos como o do bandido da Luz Vermelha, do Doca Street e do Chic...

Crise nos Correios

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Por Sílvio Ribas Atrasos nas entregas, contratos de franquia sem licitação, milhares de vagas abertas por demissão voluntária e questionamentos jurídicos sobre o alcance de atuação de seus serviços. Esse acúmulo de problemas ganhou nas últimas semanas contornos de crise administrativa na Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). O Palácio do Planalto reagiu e está decidido a adotar medidas de gestão e promover uma reestruturação institucional que impeça a continuidade de turbulências que já custaram o afastamento, semana passada, do diretor de operações Marco Antonio Marques de Oliveira. Ao Brasil Econômico, o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, afirmou que o governo reconhece a existência de falhas na administração, “tanto é que houve a exoneração do diretor”. Ele até revela que está sendo montado um plano especial de contingenciamento na ECT para evitar queixas como as relacionadas à pontualidade do serviço expresso (Sedex). Mas o ministro faz questão de ressaltar que relató...

Burocracia para adotar

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por Sílvio Ribas Quase um ano depois de a Lei Nacional de Adoção (12.010), de agosto de 2009, ter entrado em vigor com inovações, a burocracia ainda desafia profissionais do Direito de Família. A nova legislação derrubou o percentual de adoções ilegais, de 90%, ao longo dos 15 anos anteriores, para os atuais 48%. Mesmo assim, especialistas ouvidos pelo criticam a exigência de inscrição no cadastro criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para acelerar processos com mapeamento de dados de todo país. Para eles, a regra inibiu as adoções homologadas por juízes. Os advogados defendem interpretação flexível da lei, admitindo casos em que a adoção direta pode ser, excepcionalmente, a melhor opção. Para Rachel Bernardes, de Brasília, processos de adoção só por casais cadastrados ignoramo princípio do "melhor interesse da criança". O que acontece é que muitos juízes entendem que a adoção direta tornou-se proibida até para os cadastrados e só levam em conta se o casal está no pr...