O banheiro VIP da sucursal
Sílvio Ribas A primeira vez que vi Valério Fabris — mestre dos textos, sobretudo os perfis — ele acabara de pousar em Belo Horizonte com sua mais nova missão na Gazeta Mercantil. Vinha de Curitiba para assumir a direção da sucursal mineira em meados de 1994, meses após eu ter me juntado à talentosa equipe de reportagem chefiada por Teodomiro Braga, com André Lacerda. Valério começou logo a colocar em prática o raro talento de transformar ambientes para a conquista de pessoas e negócios. O primeiro desafio que se impôs estava na sede da GZMBH, uma bela casa de dois pisos, outrora residência e clínica médica, instalada na Rua Sergipe, na charmosa Savassi. Enxergou ali a “embaixada” da mineiridade jornalística. Tratou de espalhar artesanato do Vale do Jequitinhonha pelos cantos, jogou tapetes arraiolos no chão, pôs esculturas em pedra-sabão nas mesas e pendurou quadros com imagens coloniais nas paredes. Até suplementos que produzíamos tinham capas dignas de museu. Houve ...